Violência nossa de cada dia | ||
Por : Leonardo Pedreira | ||
Os altos índices de criminalidade em Feira de Santana parecem não ter mais limites. A violência vem se tornado comum no dia a dia dos feirenses. Segundo os relatórios policiais em 2011 aconteceram 367 homicídios, e em 2010 esse número foi um pouco maior atingindo a soma de 397 homicídios. Os bairros com maiores índices de homicídio são: Rua Nova, Centro, George Américo, campo Limpo, Tomba, Queimadinha, Papagaio, e os distritos de Maria Quitéria e Humildes, cada bairro desses ultrapassando a marca de 10 homicídios, alguns chegando ao número de 19 homicídios em 2011. Em 2012 o ano foi recebido com dois homicídios, um no bairro da Agrovila e outro na Cidade Nova. É nesse cenário de violência generalizada que famílias inteiras e pessoas de todas as classes sociais e das mais variadas faixas etárias tem vivido ao longo dos anos em nossa cidade. É fato conhecido por todos que os países com maiores índices de criminalidade são aqueles com maior desigualdade de renda, com menor nível educacional de sua população e com menores taxas de crescimento econômico. O que fazer, então, para reduzir a criminalidade?Entre várias alternativas algumas são emergenciais como: Diminuir a desigualdade de renda;Aumentar o nível educacional da população; Faxina geral na polícia e no governo; Combater de forma real o tráfico de entorpecentes; Reformar o sistema de ensino no país;Valorizar o trabalho daqueles que a presidente Dilma disse ser “as verdadeiras autoridades da educação” professores com salários mais dignos fazendo com que esses não tenham mais o 3º pior salário do mundo; Escolas com funcionamento integral, onde as particularidades dos estudantes sejam valorizadas e trabalhadas; E maior incentivo a todo tipo de cultura. Pensar que somente estas medidas seriam a solução seria ingenuidade, pois muitas pessoas possuem personalidades mais agressivas, impulsivas, incapazes de empatia e de um bom convívio social. Muitas sentem prazer em dominar e são sádicas. E estes traços de personalidade e de conduta possuem raízes biológicas.Assim, a educação é parte da solução, mas não é toda a solução devendo ser pensando outras formas de prevenção ao crime, e não somente combate. Diante de tantos problemas sociais vários artistas tem se colocado como porta voz do povo e das periferias, onde os índices de violência são constantes. É o caso do grupo de Hip Hop feirense Unidade de Guerrilha que com sua famosa e polêmica música Direção em Feira tem denunciado a violência na cidade de Feira de Santana, principalmente no Bairro do Vietnã, hoje conhecido como Irmã Dulce. Denunciam a desigualdade social e preconceitos como o racismo, que apesar de ser tão combatido ainda é muito praticado em nossa sociedade. Isto pode ser visto em trechos como: “Chamada de princesa do sertão onde cada dia se ver uma ilusão” “sempre bem atentos os gambé já vem lá atrás me confude com o preto que roubou já logo mais” “será que é por ser preto que ele me confundiu não é por isso está é a policia do Brasil” “Andando pela rua sem nenhuma direção, cuidado pra você não cair na mira do oitão” A cultura do hip hop tem sido resistente aos preconceitos ao longo dos anos, seguindo em frente no seu ofício de denunciar a violência e a discriminação através da sua arte, e vem se fortalecendo nos últimos tempos em Feira de Santana. É preciso estar atento, pois novas práticas de violência tem se estabelecido em nossa sociedade e tem se passado por atitudes comuns, como a xenofobia, a homofobia, o machismo e a intolerância religiosa. Atualmente muitas religiões dematrizes africanas têm sofrido duros ataques, sendo alvos de uma repressão sem medida por parte de outros grupos religiosos,fazendo-se necessária uma postura urgente por parte das autoridades e da população em defesa. É preciso encontrar na consciência coletiva e no respeito às particularidades e escolhas individuais, o amor e o bom senso para que o autoritarismo, o preconceito e a repressão sejam superados. Assista ao clipe da música "Direção em Feirado" Unidade de Guerrilha |
sábado, 14 de janeiro de 2012
Violência nossa de cada dia
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